Rui Veloso na Casa das Artes
Rui Veloso esteve este fim-de-semana em Vila Nova de Famalicão para apresentar, na Casa das Artes, o concerto comemorativo dos seus trinta anos de carreira. A lotação esgotou em ambas as récitas tendo, inicialmente, estado prevista a realização de apenas um espectáculo o qual, mediante a afluência massiva do público, teve de desdobrar-se em duas apresentações.
Na sala, estiveram presentes várias gerações de admiradores do cantor/autor/compositor, que fez jus ao profissionalismo decorrente de trinta anos a pisar os palcos. As melodias, conhecidas de há longa data e, por isso, facilmente identificáveis apesar nos novos arranjos – como é o caso de Bairro do Oriente, que foi precedida de um espectacular prelúdio, cheio de sonoridades árabes, a lembrar os mercados de Marraquexe e outros territórios da milenar rota da seda e das especiarias – fizeram furor.
Na sala, estiveram presentes várias gerações de admiradores do cantor/autor/compositor, que fez jus ao profissionalismo decorrente de trinta anos a pisar os palcos. As melodias, conhecidas de há longa data e, por isso, facilmente identificáveis apesar nos novos arranjos – como é o caso de Bairro do Oriente, que foi precedida de um espectacular prelúdio, cheio de sonoridades árabes, a lembrar os mercados de Marraquexe e outros territórios da milenar rota da seda e das especiarias – fizeram furor.
Canções que evocam, algumas delas, vários aspectos contraditórios da nossa sociedade, e outras de cariz mais romântico, a puxar para a nostalgia ou a exaltar a veia mais apaixonada do Autor. Dentre a assistência, trauteava-se Fui ao baile da paróquia, Já não há canções de amor ou o belíssimo Não me mintas.
Humor e simplicidade são as características que mais se destacam na personalidade de Rui Veloso, não importando se se trata ou não do lado solar de alguém que pisa um palco. O profissionalismo é inquestionável, quando alguém como Rui Veloso consegue trocar uma guitarra avariada a meio de uma canção, sem interromper a performance, como aconteceu ao cantar Porto Covo. Também a generosidade é algo que salta à vista. Rui Veloso gosta de partilhar o triunfo com os colegas da banda, inclusive com os ausentes como Zé Nabo, submetido há poucos dias a uma intervenção cirúrgica.
A recta final do concerto prosseguiu com aquilo a que chamou de “fado à moda do Porto”, ou seja, o Fado do Ladrão Enamorado, Todo o tempo do Mundo e Lado Lunar. Sem esquecer Intervalo (que não houve) e que O prometido é devido.
O concerto teria terminado com o apropriadíssimo Não há estrelas no Céu, se não fosse o público a patear a sala, quase deitando a casa abaixo, a exigir um encore. O cantor regressou, feliz, brindando-nos com aquilo a que chamou de “uma paixão pré-adolescente”, isto é, a temática de O meu primeiro beijo, seguido de A Paixão de Nicolau da Viola, devidamente acompanhada pelo público.
A saída, após o primeiro encore, fez com que a sala em peso aplaudisse de pé, após o que o cantor agradeceu cantando, desta vez, como mensagem de despedida a conter a promessa de um regresso breve, Postal dos Correios.
“…sou capaz de ir aí pelo Natal”.
Cá o esperamos. O prometido é devido…
Cláudia de Sousa Dias
Etiquetas: Evento: casa das artes