2010-02-16

Ana Luísa Amaral nos Ciclos de Música e Poesia na Fundação Cupertino de Miranda




Fotografias de Antonio Miranda (Ana Luísa Amaral) e Carlos Valencia Maya (Doppio Ensemble)

Os Ciclos de Musica e Poesia na Fundação Cupertino de Miranda abriram em grande, no passado dia 26 de Janeiro de 2010, com a dupla de jovens talentos formada por Evandra de Brito Gonçalves no violino e Ana Queirós ao Piano. Juntas formam o Doppio Ensemble, um aliciante projecto de divulgação de música erudita. O concerto caracterizou-se por um desempenho de altíssimo nível – o que não surpreende, dado o vasto currículo da duas intérpretes (ver http://www.fcm.org.pt/) – do qual se salientou a brilhante performance das Danças Romenas de Bela Bartók, especialmente no belíssimo andante.




Seguiram-se as deliciosas Duas melodias tropicais de Eurico Carrapatoso e, por último, uma pequena mostra do contributo de Astor Piazzola para o elevar do tango à categoria de música clássica. Pela veemência e entusiasmo dos aplausos, o público não se teria importado que o concerto se prolongasse por mais duas horas.
A segunda parte do evento foi constituída por um recital de poesia, antecedido por um breve intermezzo, durante o qual foi servido champagne.
As belas vozes de Isaque Ferreira, diseur e actor, membro da companhia Caixa Geral de Despojos, e Ana Luísa Amaral, poeta, escritora e professora, preencheram o tempo destinado à poesia, a qual incidiu em Luiza Neto Jorge, Ana Luísa Amaral, Alexandre O’Neil e Mário Casariny.
A voz pausada de Isaque, carregada de ironia, enfática e melíflua, ajusta-se na perfeição à poesia provocadora de Mário Cesariny e Alexandre O’Neil. Já a beleza ática do timbre de Ana Luísa Amaral ajusta-se não só aos textos de que é Autora como a qualquer poema que lhe vá parar às mãos, conseguindo, simultaneamente, modular o ritmo, o volume e a expressividade, consoante o tema abordado.


Ana Luísa Amaral venceu, em 2007, o Prémio Correntes d’Escritas com o livro “A Génese do Amor” e, em 2008, em Itália, com a mesma publicação, conquistou o Prémio Giuseppe Acerbi.



Perante tão magnífica abertura aguardamos, com expectativa, as sessões que se seguirão nos próximos meses.


Cláudia de Sousa Dias

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