2009-04-30

Cravos




o vermelho emerge do negro.


como a lava.



um cravo rasga a terra em Sarajevo
e outro em Bagdade.


perfumando o campo de papoilas


cor de sangue no meio das cinzas.


CSD

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2009-04-19

"Subida do rio Douro de Barco num Sábado Pachorrento"



Depois do almoço, em casa da Irene, no terraço com vista para o Rio, decidimos levar as crianças ao palácio de Cristal. O Bernardo estava particularmente irrequieto e a Maria já não conseguia respirar o ar viciado à volta da casa com o apelo do sol lá fora.

Decidimos assistir à peça de Luís Sepúlveda ao ar livre. O Bernardo não gostou muito mas a Maria entusiasmou-se e até me convenceu a comprar um gato preto com olhos verdes para casa.

Depois decidimos subir o Rio de barco como os turistas. Tento convencê-los a viajar até Tormes para vermos a Casa Museu de Eça de Queirós. Maria protesta de imediato: “Tu e os teus pedantismos literários! Porque é que não vamos antes a uma discoteca?”. E eu a responder que as discotecas não são para meninas de dez anos…daqui a dois ou três anos terei de ser mais criativa...A subida ao douro de barco é deslumbrante. O ambiente apaziguador. O Bernardo sente vontade de ir a Tormes. Saímos do barco numa pequena aldeia que tem uma casa de pedra antiquíssima – 200 anos pelo menos – com uma pequena ourivesaria no rés-do-chão. Não resisto e começo a devorar a montra com os olhos. As peças são também antigas. Século XIX, belle époque. O meu olhar deixa-se prender num alfinete de prata ouro e esmeraldas que poderia ter pertencido a alguma família brasonada da região. Seria o presente ideal para oferecer à tia Lucinda. Afinal ninguém mais teria tido a paciência infinita de ficar com os meus filhos durante um ano até me curar da tuberculose.

Olho a casa. Tem um aspecto tão museológico quanto as peças na loja do rés-do-chão.

Apetece mesmo entrar lá para visitar.

Entro na loja. Ao balcão, está uma simpática senhora de cabelos de neve e olhar de safira. Conversamos por alguns minutos. Decido comprar a jóia. Quando pergunto se posso visitar a casa responde-me: “Não, aconselho…Sabe, está assombrada…”

Claudia de Sousa Dias


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2009-04-15

Cineliterário "A Costa dos Murmúrios"


Sexta feira, dia 17 de Abril mais um filme seguido de debate deta vez sobre um romance de Lídia Jorge.
Na Biblioteca Municipal de vila Nova de Famalicão.
A entrada é livre para proporcionar uma viagem visual a Moçambique e à beleza da paisagem banhada pelo Índico.
Apareçam!

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2009-04-08

Sanguínea



E porque é que o amor deixa sempre uma ferida semelhante aquelas que provocam a morte na arena?




CSD

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2009-04-06

erguiendo un muro hacia la tristeza












El mar es un horizonte infinito donde tendrás que sumergir siempre con la certeza que vas a encontrar la esperanza en cada una de las brazadas que darás para flotar...*

* Com especial agradecimento a http://pacosdagua.blogspot.com/ autor desta preciosa pérola dos mares do sul...

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