Concerto de Nina Nastassia na Casa das Artes: a música e o humor por uma cantora Gourmet (e Gourmande) de voz excepcional
Duas guitarras aguardam a entrada da cantora, como duas guardiãs, postadas no centro do palco.
Uma jovem, semelhante a um duende, entra descontraidamente, olhando sub-repticiamente para o público. A postura e os gestos são tão despretensiosos que ninguém diria tratar-se de uma estrela. Sai do palco, advertindo expressivamente o público que volta em seguida…
Regressa, com uma garrafa de água, e senta-se. Pega numa das guitarras e solta uma acorde…de fazer acordar todos os mortos do cemitério!!!!
Começa, então, a dedilhar algumas notas e, então, a voz enche a sala. Uma voz fortíssima que quase dispensa o uso de microfone. O timbre é límpido, não muito grave, transparente e sussurrante como a voz de Enya nos pianissime, ou tonitruante como a de Skunk Anansie nos fortissime. Flexível e versátil. O potencial desta cantora torna-se inesgotável, ao aliar os dotes vocais com o perfeito à-vontade com que manipula os instrumentos, tornando-se desnecessário o acompanhamento de uma banda. Nina é compositora além de cantora. Criativa e originalíssima e, sobretudo, despretensiosa.
Dialoga com o público, explica o contexto de cada uma das canções. “I souldn’t gossip”. Isto é, não deveria falar dos colegas que a acompanham na banda. Mas a verdade é que não resiste a contar os pormenores mais divertidos, das suas digressões. As gargalhadas saltam como fogo de artifício. Um membro do público, com acentuadíssimo sotaque português do Norte, tenta conversar com a cantora (!!!!) a qual afirma não perceber uma única palavra daquele inglês, para ela, tão exótico. Resultado: gargalhada geral.
Nina comenta e elogia a gastronomia portuguesa – um dos seus maiores prazeres parece ser o facto de desfrutar de boa comida – à qual se rende incondicionalmente.
As canções sucedem-se numa alucinante variedade de ritmos a fazer lembrar uma montanha russa. Ou a alternância entre uma suave brisa marinha e a violência de um tufão no Pacífico.
Destaque para a belíssima balada “She” onde se misturam emoções como amor, desamor, ódio e nostalgia, a tónica dominante na lírica de Nina Nastassia.
E foi assim a noite de 16 de Novembro na Casa das Artes em Vila Nova de Famalicão.
Com Nina Nastasia, vinda de Nova Iorque.
A cantora da voz de vento que se apaixonou por Portugal.
A cantora da voz de vento que se apaixonou por Portugal.
(Principalmente por causa da comida)
:-)
Cláudia de Sousa Dias
Cláudia de Sousa Dias
Etiquetas: Evento: casa das artes
2 Comments:
um motivo tão bom como qualquer outro...
para se apaixonar por portugal!
e como a compreendemos não é cláudia!!? :))
beijO
Eu fiquei fascinada foi com o timbre da voz, pela versatilidade, e com a suavidade da música. Para não falar da mestria da jovem à guitarra...
Além disso é extremamente simpática!
CSD
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