2007-07-02

Cold Mountain no Cineliterário




















Estas são as imagens dos mais belos momentos do cineliterário da passada 4ªfeira, dia 27 de Junho.

As fotos dizem respeito a algumas cenas do filme Cold Mountain de Anthony Minghella baseado na obra homónima de Charles Frazier (vide http://www.hasempreumlivro.blogspot.com/ arquivo de Janeiro de 2006) com Jude Law, Nicole Kidman e Renée Zellwegger.


Apesar de a crítica ter massacrado o filme, comparando-o a uma versão menor de E tudo o vento levou, trata-se de uma obra de grande beleza plástica. Um filme que revela a força, a violência, a animalidade brutal dos dois lados da guerra no impacto das bombas ao arrancar as roupas em chamas dos corpos queimados, que dá ao filme a nota de realismo que a aclamada produção da época dourada de Hollywood carece.

A extrema dificuldade em transpor para a tela uma personalidade introspectiva de um misantropo como Inman, que quase não fala, aliada à timidez de Ada, são talvez os factores responsáveis por comentários referentes àquilo que chamaram de "dificuldade em quebrar o gelo" entre os dois actores ou "falta de química".

Para quem leu o livro é notório que o realizador se limitou a respeitar a obra literária.

O olhar de Jude Law é muito mais expressivo do que qualquer palavra. O "gelo" de Nicole é largamente compensado pelo timbre da voz, perfeitamente impregnada do sotaque sulista que, ao assumir o papel de narradora - tal como no livro, a história é contada a duas vozes onde há como que duas narrativas paralelas - está temperada pela emoção, por uma saudade pungente.

Mas se, por um lado, Anthony Minghella não conseguiu exprimir totalmente a dureza, a agressividade do clima da Montanha Gelada da Carolina do Norte para com um ferido de guerra, a beleza agreste e gélida, o silêncio eloquente da brancura nevada das montanhas, estão inequivocamente retratados.
E omnipresentes.
Para não falar da belíssima cena de amor dos protagonistas. Cada plano é captado de modo a exibir as cores solares ou, diria mesmo, vulcânicas, dos quadros de Caravaggio, Boticelli ou Tiziano. Corpos iluminados pelo fogo, sob o fundo escuro da cabana de madeira. Cada plano, cada ângulo da nudez de Jude e Nicole é uma obra prima digna de figurar na Galeria Uffizzi.

Um filme a ver. Um livro a degustar. Palavra a palavra.



Cláudia de Sousa Dias

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4 Comments:

Blogger un dress said...

sem sombra de dúvida cláudia...:)







beijos.abraçO

8/7/07 11:12 da tarde  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Outro para ti!

Já sabes que és sempre bem-vinda, tanto aqui neste cyber-cantinho, como em Famalicão!

:-)

9/7/07 11:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A nossa Bruna, adorei saber sobre ela. Realmente é uma grande mulher. Atriz e escritora de primeira linha, além de ser bela. Não temos mais contato, mas ela mora no meu coração.
beijos.

15/7/07 1:32 da manhã  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Também fiquei a gostar muito dela como pessoa...

Apesar de já estar à espera, porque o livro "Filmes Proibidos dava-me muitas pistas para a pessao fascinante que está nas entrelinhas a mexer nas personagens...


;-)


CSD

15/7/07 8:27 da tarde  

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