PEQUENOS MOSAICOS
Photo by Teresa Sá-Couto
É agora - na pura ausência das coisas
e a madrugada por abrir. Um palco
a lua. Eu observada de fora da
janela.
O terror de pensar: o pesadelo
de me sentir duas pela primeira vez
falado. É de amor este poema
e de visões: ondulantes cortinas
noutra que me é igual.
Porque no pesadelo e de repente
o futuro rasgou-se, as cortinas
soltaram-se. Na profecia
só ficaste tu.
E a tua falta mais que a tua
ausência em pequeno mosaico
se fechou. Entendo agora como uma cadeira
pode ser só esta cadeira porque
é tua.
Ana Luísa Amaral
in "Às Vezes, o Paraíso", 1998.
É agora - na pura ausência das coisas
e a madrugada por abrir. Um palco
a lua. Eu observada de fora da
janela.
O terror de pensar: o pesadelo
de me sentir duas pela primeira vez
falado. É de amor este poema
e de visões: ondulantes cortinas
noutra que me é igual.
Porque no pesadelo e de repente
o futuro rasgou-se, as cortinas
soltaram-se. Na profecia
só ficaste tu.
E a tua falta mais que a tua
ausência em pequeno mosaico
se fechou. Entendo agora como uma cadeira
pode ser só esta cadeira porque
é tua.
Ana Luísa Amaral
in "Às Vezes, o Paraíso", 1998.
Etiquetas: poemário
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