CERTOS SONS SÓLIDOS
Imagem: Tokoyama, Japão, retirada de Wimp.com
Com amor quase puro
arrisco o que
não sei
Galáxias de papel
frágeis na noite
A verdade (diz-me uma voz tão leve)
está em certos sons sólidos:
um grilo em desespero
cantando há meia hora,
borboleta no vidro em suicídio,
um fósforo que acendo
(sinfonia laranja anti-
-paisagem)
Agora, há uma hora
que ele canta
e eu, arriscando galáxias,
desespero-me igual, mas menor
esperança
Até pulverizar amor
e noite
Ana Luísa Amaral
in "Às vezes, o Paraíso", 1998.
Etiquetas: poemário
2 Comments:
Que imagem insólita e que poema sedutor (apostava ter sido escrito por um homem, mas logo vi ter perdido a aposta)!
Beijinhos, bom sábado!
Madalena
vou-te converter! Vais passar a gostar de poesia...
:-D
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