2012-04-21

«MINHA FILHA OU A CORES»: O OUTRO LADO DO ESPELHO

Photo by Emira for Resim & Fotoğraf

E a outra que não tenho, mas podia:
grito de cotovia junto à morte.
Em hemisfério outro,
metáforas seriam só reais:
o silvo da agonia,
peça de jogo nulo sobre a mesa.

                                   «Fios de prata,
                                    cabelos de princesa»

Em hemisfério mesmo (ou mesma rua)
a outra que não tenho. Mas podia.
Palavras humilhadas
onde o tricot de sangue, a prata rota:

                                      «Não minha, mas da outra».

Ligado em culpa, o fio. Pequena pata
nem de cotovia.


Solta -



Ana Luísa Amaral
in "Às vezes, o Paraíso", 1998.

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