"Os Gatos"
Foto: Nuno Milheiro
Os amantes febris e os sábios solitários
Amam de modo igual, na idade da razão,
Os doces e orgulhosos gatos da mansão,
Que como eles têm frio e cismam sedentários.
Amigos da volúpia e devotos da ciência,
Buscam eles o horror da treva e dos mistérios;
Tomara-os Érebo por seus corcéis funéreos,
Se a submissão pudera opor-lhes à insolência.
Sonhando eles assumem a nobre atitude
Da esfinge que no além se funde à infinitude,
Como ao sabor de um sonho que jamais termina;
Os rins em mágicas fagulhas se distendem,
E partículas de ouro, como areia fina,
Suas graves pupilas vagamente acendem.´
Charles Baudelaire
Etiquetas: poema
2 Comments:
Ai, amados gatos, que já vou em três!
Bjsss,
Madalena
:-)
pelo menos há poetas que nos entendem. Quem ama os gatos tem sempre algo de poeta...
csd
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