Il Gattopardo, de Luchino Visconti é uma obra-prima do filme histórico do século XX. A partir do romance de Tomasi Di Lampedusa, Visconti nos apresenta com vigor narrativo a ascensão das "classes médias" (a burguesia) e a decadência da nobreza sob o Risorgimento italiano, em 1860. É impressionante a construção de personagens típicos e seus vinculos com a estrutura de classe.
Deste modo, o filme de Visconti não é apenas um filme histórico, mas é uma narrativa sociológica baseada nas categorias de classes e luta de classes, apreendidas num momento histórico típico. É a expressão-mor do realismo histórico, com Visconti demonstrando a importância (e o vigor) da construção de uma narrativa histórica baseada nas categorias de classes sociais e luta de clases, tão esquecidas pelo cinema e pelas teorias sociológicas pós-moderno.
Temas significativos em Il Gattopardo: classes sociais, luta de classes, objetividade e subjetividade de classe, revolução social, revolução passiva e transformismo (conceitos de Antonio Gramsci). Seria interessante um painel analítico-sociológico dos filmes "O Leopardo", "A Terra Treme" e "Rocco e Seus Irmãos", todos de Luchino Visconti, uma trilogia interessante sobre a anatomia de uma sociedade capitalista imersa no passado e presente da exploração do capital em suas formas arcaicas e modernas. Uma dica é o site Luchino Visconti, dedicado inteiramente a Visconti e sua obra.
http://www.telacritica.org/letraL
título original: Il Gattopardo
duração:03 hs 25 min
ano de lançamento:1963
estúdio:Titanus / S.G.C. / Société Nouvelle Pathé Cinéma
distribuidora:20th Century Fox Film Corporation
direção: Luchino Visconti
Guião:Suso Cecchi d'Amico, Massimo Franciosa, Luchino Visconti, Pasquale Festa Campanile e Enrico Medioli, baseado no livro de Giuseppe Tomasi Di Lampedusa
produção: Goffredo Lombardo
música: Nino Rota
Fotografias: Giuseppe Rotunno
Guarda-roupa:Piero Tosi
edição: Mario Serandrei
Don Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, (Milão, 2 de novembro de 1906 — Roma, 17 de março de 1976), da família do ramo milanês dos Visconti, foi um dos mais célebres directores de cinema italianos.
Filho de Giuseppe Visconti, o duque de Grazzano, e de Carla Erba (proprietária e herdeira de uma célebre empresa farmacêutica), Luchino tinha mais seis irmãos. Prestou o serviço militar como sub-oficial de cavalaria em 1926, no Piemonte e frequentou activamente o mundo da lírica e do melodrama, que tanto o influenciou.
Foi para a França onde se tornou amigo de Coco Chanel e através dela, em 1936, foi apresentado ao cineasta Jean Renoir com quem trabalhou no filme "Une partie de campagne". Em 1937 passou por Hollywood antes de retornar a Roma. Na capital italiana ele trabalhou com Renoir na direcção de La Tosca.
A partir de 1940 ligou-se aos intelectuais que faziam o jornal Cinema e vendeu jóias da família para realizar seu primeiro filme, Ossessione, em 1943, com Clara Calamai e Massimo Girotti. No fim da Segunda Guerra Mundial realizou o segundo filme, o documentário Giorni di Gloria. Contratado pelo Partido Comunista Italiano para realizar três filmes sobre pescadores, mineiros e camponeses da Sicília, acabou por fazer apenas um, La terra trema.
Em 1951 filma "Bellissima" com a grande actriz italiana Anna Magnani, Walter Chiari e Alessandro Blasetti. O primeiro filme colorido foi em 1954, Senso com Alida Valli e Farley Granger. O primeiro grande prémio da crítica chega em 1957, quando recebe o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza pela fita "Le notti bianche", uma adaptação delicada e poética de uma história de Dostoievski com Marcello Mastroianni, Maria Schell e Jean Marais.
O primeiro êxito de bilheteira viria em 1960 com Rocco e seus Irmãos, a saga de uma humilde família calabresa que emigrava para Milão. Foi o filme que consagrou o actor francês Alain Delon ao lado de Annie Girardot e Renato Salvatori. No ano seguinte junta se a Vittorio De Sica, Federico Fellini e Mario Monicelli na fita de episódios Boccaccio '70. O episódio de Visconti é protagonizado por Tomas Milian, Romy Schneider, Romolo Valli e Paolo Stoppa.
Em 1963 dirige o seu maior sucesso comercial e um dos filmes mais elogiados pela crítica, o grandioso O Leopardo, filme com três horas de duração e extraído do romance homónimo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, que conta a história da transição da nobreza para o populismo, na Sicília nos tempos da unificação italiana. O filme tem um elenco estelar onde destacam Burt Lancaster, Claudia Cardinale e Alain Delon.
Vagas Estrelas da Ursa, um mergulho inquieto e melancólico na capacidade dos seres sensíveis para se destruirem amorosamente, com Claudia Cardinale e Jean Sorel, realizado em 1965 foi a obra seguinte. Em 1970 ele conhece o fracasso de uma obra sua, com O Estrangeiro, extraído do livro homônimo de Albert Camus e realiza também La caduta degli dei que lançou o actor Helmut Berger.
Com o sensível e refinado Morte em Veneza (1971), protagonizado por Dirk Bogarde e baseado na obra de Thomas Mann, ele volta a se encontrar com o sucesso de público e de crítica. O filme conta a história de Gustav Aschenbach, um compositor que vai passar férias em Veneza, e acaba por viver uma grande e inesperada paixão, que iniciaria a sua completa destruição. O filme faz uma abordagem do conceito filosófico de beleza, assim como a passagem do tempo a importância da juventude nas nossas vidas. O filme seguinte foi o grandioso, mas decepcionante, Ludwig com Helmut Berger e Romy Schneider. Durante as filmagens de Ludwig ele sofre um ataque cardíaco que o prendeu a uma cadeira de rodas até a sua morte, em 1976.
Mesmo com muita dificuldade, Luchino Visconti ainda faz dois filmes, Violência e Paixão (Gruppo di Famiglia in un Interno) e L'innocente, sua derradeira obra, versão do romance de Gabriele d'Annunzio que registra brilhantes interpretações de Giancarlo Giannini e Laura Antonelli. Morre na primavera de 1976 na sua residência na cidade de Roma.
Fonte: Wikipédia
Etiquetas: Eventos: Cineliterário
2 Comments:
Olá Cláudia!
Eis um filme que por acaso nunca vi,daí não posso opinar.
Mas deixo um
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Jocas gordas
Lena
passarei por lá...
csd
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