2010-04-21

Mestria Musical e Humorística conjugam-se no Festival Internacional de Música de Câmara em Vila Nova de Famalicão





Fotografias de António Freitas


Durante cinco dias, a cidade acolheu alguns dos mais talentosos jovens músicos vindos dos quatro cantos do Globo, no âmbito da 3ª edição do Festival Internacional de Música de Câmara Stellenbosch – Vila Nova de Famalicão, ao qual se juntou a presença do consagrado dueto de pianistas Nina Schumann, nascida em África d Sul, e Luís Magalhães, natural de Lousado. O casal tem um projecto intitulado Two Pianists nomeado para os Grammy 2009 e para os South African Music Awards em 2010.






Os jovens participantes deste festival recebem, formação musical com artistas internacionais de topo. O concerto final contou com a participação dos estudantes inscritos. Entre eles destacou-se o primeiro violino Frank Stadler, natural de Bavaria, tendo já tocado em várias orquestras de renome mundial, como primeiro violino, que numa das peças assumiu o lugar de maestro; Searmi Park, a jovem de origem oriental, residente nos EUA, tocou nas principais orquestras dos EUA, especializando-se em Brahms, Sibelius, Beethoven, Prokoviev e Mozart .






Searmi empunha o violino e o arco com a pose de um samurai, toca não só com os braços mas com o corpo inteiro, entrando em sintonia com os colegas, recorrendo ao olhar – é a mais expressiva de todos os instrumentistas.






Destaque ainda para a participação do sérvio Predrag Katanic que conta com um vasto currículo e que é actualmente membro do Stadler Quartet juntamente com Frank Stadler; para Eugene Osadchy, Professor de violoncelo na Universidade do Norte do Texas e Claudio Bohorquez, de origem peruana a residir em Berlim, considerado pelos especialistas um dos jovens intérpretes mais dotados da sua geração.




As peças em destaque incluíram autores como Richard Schumann, Sergei Rachmaninoff, Lyapunov, E.W. Korngold (com um magnífico solo de violoncelo), Elgar e Mendelssohn. E, para finalizar, o soberbo Carnaval des Animaux de Camile Saint-Saëns composto por um conjunto de trechos musicais de características onomatopaicas a fazer lembrar, cada um deles, um animal específico. A narração das fábulas esteve a cargo de Herman José que deu mostras do seu talento histriónico e de uma enorme capacidade de improviso.






No entanto, o talento do casal de pianistas Nina Schumann e Luís Magalhães foi de uma perfeição e arrebatamento de inspiração sobrenatural, arrancando um mega aplauso do público, rendido ao virtuosismo e paixão pela música de ambos.

Foram três dias de concertos magníficos com um final apoteótico. E um dos melhores concertos da Casa das Artes até à data.








Cláudia de Sousa Dias

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4 Comments:

Blogger Rock Santeiro said...

É gratificante quando há alguém que compreende o verdadeiro significado deste festival. É pena que a comunidade famalicense não se envolva com mais empenho. E talvez por isso o festival tenha que migrar para outra cidade. A ver vamos. Transmitirei as suas palavras aos envolvidos. Obrigado.

23/4/10 3:54 da manhã  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Olá António!

Obrigada pela visita. No entanto, não posso deixar de discordar das suas palavras...

Primeiro, porque a afluência, tendo em conta que se trata de um público que está a ser educado para gostar de tudo o que está relacionado com cultura - excluindo, futebol, telenovelas, cinema comercial e concursos televisivos para quase analbetos - esteve muito acima das expectativas, sobretudo no último dia.

O público tem vindo a aderir progressivamente a iniciativas como festivais de cinema, filmes de cineclube, debates literários (usando o cinema como gancho), música erudita e poesia, mas para isso é necessário um esforço incansável das pessoas envolvidas. Nota-se uma evolução bastante significativa em relação há dez anos atrás.

Mas o que não ajuda nada é a comunicação social local que contribui muito pouco para estimular as massas no sentido de ensinar a gostar destas coisas. Um concerto, um livro, um filme ou um quadro, tem de ser comentado com a mesma paixão e detakhes que os jogos de futebol.

Quando isso acontecer, a curiosidade em relação a este tipo de eventos será muito maior.



CSD

23/4/10 9:40 da manhã  
Blogger M. said...

É verdade, Cláudia, o que falta é mais divulgação. Muitas vezes, só sabemos quando as coisas já acabaram.
Bjs e bom domingo!
Madalena

25/4/10 3:33 da tarde  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

pois...pelo menos que nos deixem comentar o que se fez. dou divulgar autores (também é importante)...

beijo

csd

26/4/10 10:24 da manhã  

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