AS ETERNAS MARGENS
Photo by Tourism in Turkey
À Margarida Losa
Um cedro te pensava.
Nunca faia,
ou sobretudo junco de ternura.
Mas de cedro: sempre sementes foram
a dar seiva aos amigos
e ao mundo.
Um cedro te pensava. Feito de força
e vento
- ou vendaval.
Nunca faia de espanto
ou junco horizontal
onde horizonte: nada.
Um cedro. Uma pequena ponte alada,
força feita de tanto
e luz de solidez, onde a seiva
se faz de frente ao mundo,
a ela se ligando
a tua imagem.
Um cedro te pensava.
Se faia fores também,
ou frágil junco,
igual o coração.
E a sua eterna margem.
Ana Luísa Amaral
in “Às vezes, o Paraíso, 1998.
Etiquetas: poemário
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home