UM MANTO DE TERNURA
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Ao Joaquim-Francisco Coelho
Dizer-te, meu amigo,
que, à uma da manhã
e desta noite,
está lindo o nevoeiro
que um manto de sossego
assim inteiro,
eu desejava dar-te
- e ter comigo
Enviava-te em frasco
se pudesse,
fechado em carta azul,
ou por fax de sol
(não fora o medo que o sol
o desfizesse)
Assim, mando daqui
esta espessura
de cheiro muito branco
e muito belo:
um manto de ternura
dobrado num novelo,
que chegue
até aí
Ana Luísa Amaral
in “Às vezes, o Paraíso, 1998.
Etiquetas: poemário
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