Frederic Chopin: Nocturno em mi bemol Op. 9 No. 2
Ao passar pela vida a procurar em vão
sempre a criança morta te surge da diáspora
em que o destino fez desvanecer
o destino que a ti próprio anunciaste.
Sempre as mãos te tremeram nesse fósforo
que acendeste para deixar de ver
o que o contorno das sombras fez dos mortos
que no teu rosto são o que perdeste.
Calado estás agora e o silêncio é vil
nesse incêndio precário de que se consome a vida
e a breve despedida em que nos encontraste.
Que tudo está perdido e está certa a morte
quando suspensa a vida dessa chama
nada chama por ti e és a criança morta.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista
Etiquetas: poemário
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