X O SACRIFÍCIO
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Em silêncio,
por caminhos ínvios,
penetrou lentamente no seu sonho
até o conquistar
Quando a manhã chegou,
só importava a fé
e uma vontade surda
de responder à ordem sem palavras
Em círculos cruéis,
as curvas de poder se repetiam:
sobre si essa voz que comandava,
sobre o filho a sua própria voz
a ordenar
E no altar em pedra,
o drama consumou-se:
Atordoado em fé
o coração do homem,
a voz do anjo troando pelos céus,
na criança
perdida para sempre
a inocência
Ana Luísa Amaral
in "Às vezes, o Paraíso"
Etiquetas: poemário; Ana Luísa Amaral
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