A TERRA
Photo by Erkan Torunn for Resim & Fotoğraf
I
O sol avança lentamente
no horizonte
até alcançar com velas recolhidas
os confins do oceano,
virá a manhã seguinte
com a sua nova carga
de lava de montanhas e de mar.
II
As nossas palavras
lava endurecida
do pensamento
que uma vez foi fogo,
palavras cobertas de musgo.
E nós velhos
crateras apagadas.
III
A terra segue-nos
com o seu manto branco
mas as crateras levantam
os seus punhos
contra o céu.
IV
Dormimos
sob o céu raso
e despertamos
num silêncio
não terreal
vemos o deserto
aproximar-se
vestido de uma manhã
clara e tranquila:
com a sua túnica transparente
chega o velho céu à terra
apoiado num raio de sol
sobre a lava.
Mathías Jóhannessen
Tveggia bakka vedur, 1981
I
O sol avança lentamente
no horizonte
até alcançar com velas recolhidas
os confins do oceano,
virá a manhã seguinte
com a sua nova carga
de lava de montanhas e de mar.
II
As nossas palavras
lava endurecida
do pensamento
que uma vez foi fogo,
palavras cobertas de musgo.
E nós velhos
crateras apagadas.
III
A terra segue-nos
com o seu manto branco
mas as crateras levantam
os seus punhos
contra o céu.
IV
Dormimos
sob o céu raso
e despertamos
num silêncio
não terreal
vemos o deserto
aproximar-se
vestido de uma manhã
clara e tranquila:
com a sua túnica transparente
chega o velho céu à terra
apoiado num raio de sol
sobre a lava.
Mathías Jóhannessen
Tveggia bakka vedur, 1981
Tradução de Amadeu Baptista
Etiquetas: poemário; Mathías Jóhanessen
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