a palavra que ofusca
Photo by Resim & Fotoğraf
CHEGAS, acreditas, ao fim,
que a água obtura
com a sua espectral maneira
do não dizer,
e lanças-te aí
para respirar a falta de ar,
fendida pelos vivos
tremores da emanação concêntrica
formada dentro de ti. Então voltas ao barro;
sobre os seixos crescem
os flocos de ninguém que lês e fazes teus.
Atravessas a hora,
a cicatriz gasta daquele olho;
persistes: dele extrais,
a pouco e pouco, a luz viscosa
da adormecida estrela que abandonas,
sonhando,
num ramo incertamente escrito.
Um peixe morto, desolhado,
rasteja pelo abismo, seguindo a invertida
Via Régia
rumo à promessa que quebraste.
Dois reis giram à tua volta;
és posto
fora
de todos os lugares,
e a ti mesmo te investes como rei.
Arnau Pons
rasteja pelo abismo, seguindo a invertida
Via Régia
rumo à promessa que quebraste.
Dois reis giram à tua volta;
és posto
fora
de todos os lugares,
e a ti mesmo te investes como rei.
Arnau Pons
Etiquetas: poemário
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