2012-04-28

sim






Photo by Resim & Fotoğraf




sim. foi por um beijo em simples vendaval que morri. fazias-me setembros como se maios fossem na errante navegação da luz e da arquitectura do silêncio. era tudo fruição ao lado da sombra e nada me adivinhava o inverno de hoje. um desastre calmo e inevitável ao lado de uma epígrafe como se o enigma da vida não se expirasse de repente. e sim. a distinção entre o talvez e o nunca é agora um sentido instável. irredutível. e marca. e incompatibiliza-nos face à dispersão. é esta a diferença entre a pergunta omissa e a resposta explícita.________um murro a desatar os nervos e a abotoar o grito em rajadas de estrelas cerâmicas e in.serenas. a boca amarrada ao soalho do quarto estupidamente branco onde a parte é o todo sem idade certa para arder sofrer rir e vir ao de cima do lodo em pontadas agudas de cores e formas disformes e vorazes. flechas cegas a florirem as trevas. sim. foi por um não que me curvei na altíssima crueza do amado beijo sabor a gelo.e se o nunca for um selo fica o perfume do caos o pé de mármore e estarei só nessa hora mais de cal onde tudo não passou de um talvez.




Isabel Mendes Ferreira

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