AO ROUXINOL: A ODE QUE QUE NÃO É
Photo: Rosa Gambóias através de www.flickr.com
O melhor rouxinol:
o inventado.
Com asas cor de mel,
pára-quedas abrindo-se
em telhado
Que as suas penas:
irresponsáveis mastros
de voar,
arremedos de sonho
à espera do poema
os inventar
Enquanto não:
liga a estereofonia
em muitos decibéis,
enche a pata de anéis,
suspira roucamente,
enquanto, em seda
colorida e branda,
toca as telhas de frente
e pousa no telhado
- um espião
disfarçado
em território
neutro
Ana Luísa Amaral
in "E muitos os Caminhos",1995
Etiquetas: poemário
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