...DE UMA NOITE DE VERÃO
Imagem captada através de Our Beautiful World & Universe
[diz Dante a Beatriz]
E a fogo lento aquecer,
manter morna as mentiras.
E sopesar tantos gestos
definidos e precisos.
Balança de cor tão lenta
investida de gemidos,
de pesos de toneladas.
Quantas paredes caiadas
servindo de tempo mudo!
Pavões de asas de veludo,
de garras como algodão
Ah! des-rimar a canção
rompendo-a em impuras rendas:
os teus olhos tão azuis,
a tua boca tão firme,
os teus seios são bordados
sobre brocados e luas
A fogo aceso rasgar
as nuvens do mais avesso;
com o fiel da balança
fazer um sino vibrante,
um som como de cristal;
cobrir até derreter
os olhos deles de cal;
e do templo fazer tempo
no pavão crescer orelhas
tão longas e afiadas
que se enterrem renovadas
em sonhos, noites.
E verão.
Ana Luísa Amaral
in "E muitos os Caminhos", 1995.
Imagem captada através de Our Beautiful World & Universe
[diz Dante a Beatriz]
E a fogo lento aquecer,
manter morna as mentiras.
E sopesar tantos gestos
definidos e precisos.
Balança de cor tão lenta
investida de gemidos,
de pesos de toneladas.
Quantas paredes caiadas
servindo de tempo mudo!
Pavões de asas de veludo,
de garras como algodão
Ah! des-rimar a canção
rompendo-a em impuras rendas:
os teus olhos tão azuis,
a tua boca tão firme,
os teus seios são bordados
sobre brocados e luas
A fogo aceso rasgar
as nuvens do mais avesso;
com o fiel da balança
fazer um sino vibrante,
um som como de cristal;
cobrir até derreter
os olhos deles de cal;
e do templo fazer tempo
no pavão crescer orelhas
tão longas e afiadas
que se enterrem renovadas
em sonhos, noites.
E verão.
Ana Luísa Amaral
in "E muitos os Caminhos", 1995.
Etiquetas: poemário
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