Auto-retrato
Foto: Autor desconhecido
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália Correia
Etiquetas: poemário
2 Comments:
Não sou muito poética, mas a Natália Correia é sublime!!!
Beijinhos,
Madalena
é...um bocadinho esquecida, nos dias que correm...
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