Charles Gounod: Faust Waltz
Photo by Miguel Gonçalves
Dei comigo nesse instante
a dizer de mim para mim
que o abandono era o humilde
sinal, o último sinal.
Vozes sobre a minha cabeça
transfiguravam os anjos
e vi como à minha frente
algo seguia, ainda.
Não era a luz, sequer.
Sequer uma sombra perdida
entre as mil sombras do caminho,
ou um rosto perdido na multidão.
Algo aterrador e magnífico
estava nesse lugar
a que acedia o corpo
para que sobrevivesse a alma.
E ouvi: – Vem e segue-me!
Não era a solidão o abandono
mas uma voz inquieta
na estrela cadente.
Amadeu Baptista
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
a dizer de mim para mim
que o abandono era o humilde
sinal, o último sinal.
Vozes sobre a minha cabeça
transfiguravam os anjos
e vi como à minha frente
algo seguia, ainda.
Não era a luz, sequer.
Sequer uma sombra perdida
entre as mil sombras do caminho,
ou um rosto perdido na multidão.
Algo aterrador e magnífico
estava nesse lugar
a que acedia o corpo
para que sobrevivesse a alma.
E ouvi: – Vem e segue-me!
Não era a solidão o abandono
mas uma voz inquieta
na estrela cadente.
Amadeu Baptista
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
Etiquetas: poemário
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