Cineliterário na Biblioteca Municipal de Vila Nova de Famalicão
Na passada 6ªa feira, dia 18 de Setembro, a foi exibido o filme “Romeu e Julietta” de Baz Lurhmann, seguindo-se o debate relativo à obra homónima de William Shakespeare. O publico abrangia uma considerável heterogeneidade relativamente às idades, contando com a presença de jovens /adolescentes com idade muito próximas às das personagens principais, estendendo-se às faixas etárias entre os 40 a 50 anos.
A versão de Baz Luhrmann da mais conhecida peça William Shakespeare, a representar o arquétipo do amor juvenil, vem juntar-se a um número já considerável número de outras versões cinematográ ficas tais como a de 1936 (George Cukor), 1954 (Renato Castellani), 1966 (Paul Czinner) e 1968 (Franco Zefirelli), sendo, provavelmente, esta última a mais conhecida tendo utiliza actores de 17 e 15 anos como protagonistas. Existe ainda uma considerável lista de histórias inspiradas na obra de Shakespeare como "Romanoff and Juliet" de Peter Ustinov .
Luhrmann constrói a sua adaptação ao cinema com o mérito de manter a fidelidade ao texto original. Opta, no entanto, por transpor a trama para a actualidade utilizando uma linguagem visual – baseada nos gestos, postura corporal, atitudes e vestuário típica das sociedades urbanas no século XXI, facilmente assimilável pelas camadas mais jovens. A acção passa-se num bairro imaginário, fora do espaço físico e do tempo - Verona Beach nos EUA, que se parece com qualquer grande metrólope americana, onde os arranha-céus coexistem com elementos saídos da inspiração no período renascentista italiano, com imagens de santos, igrejas e outros símbolos religiosos. na realidade, parece retratar uma colónia de imigrantes italianos onde se destacam os edifícios das grandes empresas Capuletto e Montecchio - aqui dois grandes industriais, ou patriarcas de dois clãs de inspiração mafiosa – enquanto que, nas ruas, os habitantes envergam roupas, a relembrar um pouco o estilo trash /kitsch.
As espadas são substituídas por revólveres de marca “Sword” (espada), e o Príncipe que serve de mediador entre ambas as famílias, tentando fazer prevalecer a autoridade no meio do caos é o chefe da polícia local, que intervém nas rixas dos dois gangs rivais.
O realizador, num momento de inspiração e criatividade, cujo brilhantismo o aproxima dos parâmetros da genialidade, decidiu incluir sequências que colocam a obra na categoria de parente proximo dos filmes de animação, devido à aceleração da acção de algumas personagens e a introdução de cortes temporais súbitos, servindo para acentuar o lado cómico que Shakespeare tão bem sabia introduzir nas peças, ao alternar momento de drama e comédia.
Para culminar, este será um é um "Romeu e Julieta" que se situa entre pop e o clássico, devido a uma interessante fusão crida entre dois estilos musicais opostos que compõem a banda sonora, e ajudam a sublinhar o dinamismo do filme, tal como o contraste utilizado entre a linguagem arcaica de finais do século XVI com o visual típico da sociedade contemporânea.
A banda sonora inclui Garbage, Gavin Friday, Butthole Surfers, The Cardigans, Radiohead, The Wannadies, Des'ree e uma versão gospel de "When Doves Cry" de Prince, cuja interretação esteve a cargo de um grupo coral infantil.
A banda sonora inclui Garbage, Gavin Friday, Butthole Surfers, The Cardigans, Radiohead, The Wannadies, Des'ree e uma versão gospel de "When Doves Cry" de Prince, cuja interretação esteve a cargo de um grupo coral infantil.
Salienta-se a interpretação, irrepreensível, de Leonardo DiCaprio no papel de Romeu, da beleza da voz de Claire Danes ao declamar as frases mais líricas da peça, da hilariante expressividade dos actores secundários, sobretudo os intérpretes dos papéis de Benvólio e Mercucio.A verosimilhança colocada nas falas e atitudes de, praticamente, todos os membros do elenco, não deixaram de causar a emoção no público, rendido ao talento da equipa.
O debate prosseguiu, após a projecção do filme, incidindo nos aspectos temáticos da obro do dramaturgo de Stattford-on Avon e da sua intemporalidade, no contexto histórico e influências literárias.
Cláudia de Sousa Dias
O debate prosseguiu, após a projecção do filme, incidindo nos aspectos temáticos da obro do dramaturgo de Stattford-on Avon e da sua intemporalidade, no contexto histórico e influências literárias.
Cláudia de Sousa Dias
Etiquetas: Eventos: Cineliterário
4 Comments:
Olá Claudia!
Não podia ter escolhido melhor filme.Adorei-o.Até me lembro que o fui ver ao cinema com 1 primo e a minha melhor amiga.A banda sonora é excelente.Sobretudo a "Kissin' you" da Désirée que é minha música de eleição.Romeu e Julieta será sempre Romeu e Julieta.Intemporal!assim como Shakespeare :)
Oh,antes que me esqueça:participe na Blogagem de Outubro da Aldeia.O tema é giro:"Na Minha Terra,come-se bem".Apetitoso,não?
Jocas gordas
Lena
obrigada. vou tentar. ando um pouco em baixo de forma na escrita, ultimamante...
csd
Olá,Claudia!
Então,não desanime.O Outono faz dessas coisas.Vá,Alto Astral!Sacudir a poeira e a melancolia.Veja uma comédia,algo mesmo que tontice,só para rir :)
Para participar com texto,já não dá (prazo passou),mas pode sempre ir ler os textos,comentar e votar nalgum no fim do mês.Há textos muito engraçados e outros muito saborosos.A blogagem começa amanhã.Espero que goste,se divirta e se anime :)
Jocas gordas
Lena
obrigada, Lena...
não tenhoescrito nada de ficção.só crítica literáia.
ando numa fase muito pouco inspiradora e desprovida de criatividade...
csd
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