Concerto de Yann Tiersen, Casa das Artes, 5 de Julho 2009
Foto com violino da autoria de Rita
Guillaume Yann Tiersen e um compositor francês de origem judaica que nasceu em Brest, 23 de junho de 1970. É considerado como um músico de vanguarda, multi-instrumentista. Compõe música para piano, acordeão e violino, aproximando-se de Erik Satie e do minimalismo de Steve Reich, Philip Glass e Michael Nyman. Tornou-se internacionalmente conhecido ao compor bandas sonoras de filmes como O fabuloso destino de Amélie Poulain e Good Bye, Lenin! e agora volta sendo reconhecido pela composição Summer 78 na promoção de Do Começo ao Fim, o filme Brasileiro mais polêmico dos últimos tempos.
Yann Tiersen passou a infância em Rennes e na Bretanha, onde estudou violino, piano e direccção orquestral. Possuindo formação clássica, este compositor e intérprete direccionou-se para o rock , já nos anos 1980. Em seguida, começa a escrever bandas sonoras para peças de teatro e obras cinematográficas como "A vida sonhada dos anjos" (1998), de Erick Zonca, Alice e Martin (1998), de André Téchiné e O que a Lua Revela (1999), de Christine Carrière.
O último concerto de Yann Tiersen que teve lugar em Vila Nova de Famalicão, mais uma vez na Casa das Artes deliciou o público embora não de forma surpreendente, uma vez que o compositor já há dois anos atrás nos tinha habituado ao seu estilo musical, caracterizado pela fusão de sonoridades de origens tão díspares como a música clássica, o rock ou, até, o heavy metal.
Neste último trabalho, a mesma tendência acentua-se mais ainda marcando a distância face ao estilo nostálgico que caracteriza a banda sonora de Amélie Poulain ou do dramático Godbye Lenin.
O concerto de 5 de Julho iniciou com os acordes de um prelúdio a lembrar as obras mais conhecidas do compositor mas, após alguns segundos, o ritmo inflectiu para uma alternância de ritmos trepidantes, obrigando o público a sucumbir à loucura dos instrumentos eléctricos sublinhando, precisamente, a ruptura com o estilo presente nos trabalhos anteriores, às quais são adicionadas as sonoridades do vidro e do metal.
Às melodias mais lentas, a lembrar os adágios dos concertos clássicos, seguiram-se trechos de ritmos que sugeriam quase que uma possessão demoníaca, delirante, tempestuosa, após o que se procedeu a um curto regresso à acalmia, durante o qual os espectadores usufruíam da sensação de quase que ouvir o marulhar das ondas, diante de uma praia-mar imaginária. Daqui emergiram, pouco depois, os primeiros acordes do violino de Yann Tiersen: o momento alto do concerto, onde o músico consegue demonstrar todo o seu virtuosismo como intérprete. Yann Tiersen manipula o arco com a leveza e a rapidez do batimento das asas de um colibri. Ou de um moscardo.
O violino do compositor foi acompanhado pelo compasso marcado pelo ritmo, impróprio para cardíacos, da percussão e, depois, pelos instrumentos eléctricos: guitarra e baixo.
O concerto terminou, oficialmente, com um fabuloso dueto de guitarras. O público não se deu por satisfeito, exigindo a presença do músico no palco diante de aplausos ensurdecedores.
A noite de 5 de Julho na Casa das Artes ficou assinalada como um dos melhores espectáculos do ano, onde aquilo que ficou para a memória colectiva é que a Beleza sob a forma de Arte surge sempre da harmonia resultante dos contrastes.
Cláudia de Sousa Dias
Yann Tiersen passou a infância em Rennes e na Bretanha, onde estudou violino, piano e direccção orquestral. Possuindo formação clássica, este compositor e intérprete direccionou-se para o rock , já nos anos 1980. Em seguida, começa a escrever bandas sonoras para peças de teatro e obras cinematográficas como "A vida sonhada dos anjos" (1998), de Erick Zonca, Alice e Martin (1998), de André Téchiné e O que a Lua Revela (1999), de Christine Carrière.
O último concerto de Yann Tiersen que teve lugar em Vila Nova de Famalicão, mais uma vez na Casa das Artes deliciou o público embora não de forma surpreendente, uma vez que o compositor já há dois anos atrás nos tinha habituado ao seu estilo musical, caracterizado pela fusão de sonoridades de origens tão díspares como a música clássica, o rock ou, até, o heavy metal.
Neste último trabalho, a mesma tendência acentua-se mais ainda marcando a distância face ao estilo nostálgico que caracteriza a banda sonora de Amélie Poulain ou do dramático Godbye Lenin.
O concerto de 5 de Julho iniciou com os acordes de um prelúdio a lembrar as obras mais conhecidas do compositor mas, após alguns segundos, o ritmo inflectiu para uma alternância de ritmos trepidantes, obrigando o público a sucumbir à loucura dos instrumentos eléctricos sublinhando, precisamente, a ruptura com o estilo presente nos trabalhos anteriores, às quais são adicionadas as sonoridades do vidro e do metal.
Às melodias mais lentas, a lembrar os adágios dos concertos clássicos, seguiram-se trechos de ritmos que sugeriam quase que uma possessão demoníaca, delirante, tempestuosa, após o que se procedeu a um curto regresso à acalmia, durante o qual os espectadores usufruíam da sensação de quase que ouvir o marulhar das ondas, diante de uma praia-mar imaginária. Daqui emergiram, pouco depois, os primeiros acordes do violino de Yann Tiersen: o momento alto do concerto, onde o músico consegue demonstrar todo o seu virtuosismo como intérprete. Yann Tiersen manipula o arco com a leveza e a rapidez do batimento das asas de um colibri. Ou de um moscardo.
O violino do compositor foi acompanhado pelo compasso marcado pelo ritmo, impróprio para cardíacos, da percussão e, depois, pelos instrumentos eléctricos: guitarra e baixo.
O concerto terminou, oficialmente, com um fabuloso dueto de guitarras. O público não se deu por satisfeito, exigindo a presença do músico no palco diante de aplausos ensurdecedores.
A noite de 5 de Julho na Casa das Artes ficou assinalada como um dos melhores espectáculos do ano, onde aquilo que ficou para a memória colectiva é que a Beleza sob a forma de Arte surge sempre da harmonia resultante dos contrastes.
Cláudia de Sousa Dias
Etiquetas: Evento: casa das artes
9 Comments:
Gostei muito da descrição do concert, a mim, se calhar ao contrário da maioria do público, surpreendeu-me muito pela positiva, o desligar dos registos anteriores, para mim foi fabuloso!
Sem dúvida, um concerto memorável!!!
Rita
Olá Cláudia!
Interessante! Não conhecia esse grande compositor. Gostei de saber que foi um dos aultores da banda sonora do filme da Amélie ( filme este que gosto muito).O concerto deve ter sido fabuloso! Pena não ter ido!
Convido-te a conhecer também um grande evento que aconteceu este fim de semana. Fiz uma postagem especial lá na aldeia.
Bjs Susana
foi bom, muito bom, Rita!
obrigada pela foto.
CSD
quando começares a ouvir vais-te apaixonar, Susana. não vais querer outra coisa!
beijoca
csd
Yann Tiersen.
Casa das Artes.
a noite.
o arvoredo.
e o teu sorriso.
:)
:-)))
que querida que és, Y.
um beijo
sou nada....gosto é muito do teu sorriso e da inteligênciaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.....
;)
.piano.
luxo?
luxo é tu que nos dás tanto das tuas leituras....:)
beijooooooooooooo.
é um luxo, sim...um dia em que o amor está presente é como procurar um planeta com vida na via láctea...
csd
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