Enrique Granados: Intermezzo, de Goyesca
Photo by Resim & Fotoğraf
Durante a vida andamos à procura
de uma clareira onde esteja à nossa espera
uma cama de feno onde o corpo possa repousar.
Subimos a inúmeros atalhos, perscrutamos
horizontes, escalamos montanhas, procuramos
incessantemente
essa clareira e essa cama de feno,
talvez inexistente,
possivelmente única.
Há um momento em que damos connosco
a observar a mulher que nos acompanha
e tem ao pescoço o lencinho lilás
que representa o sinal dessa busca incessante.
É cálido e azul o céu por essa hora
e sequer suspeitamos que a paz se encontra perto
e vem ao nosso encontro.
Depois, subitamente, uma entidade aproxima-se de nós
sob a forma de uma explosão iminente
e mostra-nos, no fundo do mar,
a clareira e a cama de feno que tanto procuramos.
E tudo faz sentido, então, na nossa morte.
E sabemos que a vida pouco vale.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
Durante a vida andamos à procura
de uma clareira onde esteja à nossa espera
uma cama de feno onde o corpo possa repousar.
Subimos a inúmeros atalhos, perscrutamos
horizontes, escalamos montanhas, procuramos
incessantemente
essa clareira e essa cama de feno,
talvez inexistente,
possivelmente única.
Há um momento em que damos connosco
a observar a mulher que nos acompanha
e tem ao pescoço o lencinho lilás
que representa o sinal dessa busca incessante.
É cálido e azul o céu por essa hora
e sequer suspeitamos que a paz se encontra perto
e vem ao nosso encontro.
Depois, subitamente, uma entidade aproxima-se de nós
sob a forma de uma explosão iminente
e mostra-nos, no fundo do mar,
a clareira e a cama de feno que tanto procuramos.
E tudo faz sentido, então, na nossa morte.
E sabemos que a vida pouco vale.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
Etiquetas: poemário
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home