CÂMARA ESCURA
Imagem: a partir do Facebook, partilhada por Isabel de Brito
São assim as memórias:
coisas cheirando a sol,
outras a morte,
algumas a pequenos sons metálicos
que convém afiar
Em tom de contrabaixo
um rouco saxofone
devagar,
no tempo
Persistem-se nos cheiros,
como nuvens,
contas em trança de pequeno terço:
a terra ou o assado, o leite ou o suor da maior agonia
Cofre guardado muito mais que em cor,
velocidade em teor
do universo,
de precisão tão mais
que a fotografia
Ana Luísa Amaral
in "Às vezes, o Paraíso", 1998
Etiquetas: poemário
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