ÂNGULOS E NAVIOS
Photo by Daniel Abrunheiro.
A mesa de madeira
permanecera em séculos, igual.
A mesma onde escrevera
coisas de longa data, ou de nem tanto:
labareda da tarde, ou de uma noite,
o bordado do mar,
os barcos que não vinham,
e esperar junto a cais
inexistente.
Conhecera de frente o ser de lado,
o ser de ângulo algum.
«Porquê?», quase dissera,
se, em vez de dois navios:
navio nenhum.
Ana Luísa Amaral
in "Imagens"
Etiquetas: poemário; Ana Luísa Amaral
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