MORTOS
Photo by Erkan Torunn for Resim & Fotoğraf
MORTOS
Todos os anos morre alguém nas redondezas.
O ano passado, lembro-o, foi o coração que falhou
ao velho da casa norte. Efeitos secundários
da velhice, para uns, do Viagra, para outros.
Vai dar ao mesmo. Deram com ele agarrado
ao telefone, dizem que não foi a tempo.
Este ano, na casa sul, foi-se uma velha.
Andava doente desde que o filho lhe fugiu
na sequência de um acidente de viação.
Descobriram um temor no estômago à nora.
A velha não aguentou tanta desgraça
e atirou-se para dentro de um poço depois
de ter preparado o pequeno-almoço ao marido.
MORTOS
Todos os anos morre alguém nas redondezas.
O ano passado, lembro-o, foi o coração que falhou
ao velho da casa norte. Efeitos secundários
da velhice, para uns, do Viagra, para outros.
Vai dar ao mesmo. Deram com ele agarrado
ao telefone, dizem que não foi a tempo.
Este ano, na casa sul, foi-se uma velha.
Andava doente desde que o filho lhe fugiu
na sequência de um acidente de viação.
Descobriram um temor no estômago à nora.
A velha não aguentou tanta desgraça
e atirou-se para dentro de um poço depois
de ter preparado o pequeno-almoço ao marido.
Etiquetas: poemário; Henrique Manuel Bento Fialho
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