Wolfgang Amadeus Mozart: Adagio do Concerto para clarinete
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Se anoitecesse agora, exactamente a meio desta manhã suave,
não teria a mínima importância, a luz
já me tocara para sempre sob a forma
de uma cintilação de fogo, um brilho incontornável
que entre o coração e as mãos subitamente floresce
para que o enigma corresponda a um trânsito subtil,
uma forma aérea de exaltação e êxtase
que como milagre ocorre sempre que entendo
que desobedecendo obedeço à limpidez das coisas
e vejo no silêncio a luz da escuridão.
Por isso, compondo esta harmonia em que os contrários
se aliam para que além da melodia outro mistério nasça,
apenas sei que sei que o sortilégio alastra
e me confronta com a treva em qualquer lugar e tempo
para que ainda assim a luz na alma permaneça
e a noite da manhã nos transfigure.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista
não teria a mínima importância, a luz
já me tocara para sempre sob a forma
de uma cintilação de fogo, um brilho incontornável
que entre o coração e as mãos subitamente floresce
para que o enigma corresponda a um trânsito subtil,
uma forma aérea de exaltação e êxtase
que como milagre ocorre sempre que entendo
que desobedecendo obedeço à limpidez das coisas
e vejo no silêncio a luz da escuridão.
Por isso, compondo esta harmonia em que os contrários
se aliam para que além da melodia outro mistério nasça,
apenas sei que sei que o sortilégio alastra
e me confronta com a treva em qualquer lugar e tempo
para que ainda assim a luz na alma permaneça
e a noite da manhã nos transfigure.
in O Bosque Cintilante, Maia, Cosmoroama, 2008
© de Amadeu Baptista
Etiquetas: poemário; Amadeu Baptista
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