2012-04-30

Entrando em Dezembro...




Não me dêem flores nem tecidos vermelhos.
As flores envelhecem em jarras depois do momento em que aqueceram as mãos.
As cores vivas alegram as noites e depois gelam, caídas pelo chão.

Antes não as ter …

Prefiro a realidade bruta das palavras, a cólera dos acentos agudizando a voz, o engaste da sílaba na frase espontânea, o gemido abraçado ao frio da madrugada, a banalidade que tilinta suave nos ouvidos, o murmúrio soprado sobre a luz de uma vela, o lugar-comum enraizado no espinho da inquietação ou o dizer acenado no instante da partida.


Não há flores que preencham os espaços gelados do silêncio.




"Elipse"

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