Para o Cineasta Fernando Lopes
que o mundo é uma lágrima rara sabemos bem assim como a carne em sangue exposta e suspensa de um fio de vertentes frágeis. a terra dispara em feridas o rumor da peste avança e resta-nos a governança do inóspito e do drama. o êxito é o êxodo. o enxame o caudal o rebanho a abastança do medo e a descendência de um cabaz de fruta comida pelas aves de rapina que engordam e nos emagrecem. devorante caminho de tesouras. onde nada escapa. onde nada sobra. onde nada impele à mão fraterna. onde tudo é esquema e orgulho e ímpeto e canduras imperfeitas. que o mundo é uma resma de corvos indeliciosos já sabemos. e a barbárie senta-se à grande mesa esférica do cinismo aplaudido. ___________________e morre-se. devagar. enquanto enterramos os nossos vivos. raros ainda os que da ilha em flor se dizem filhos e amantes. que as lágrimas são o espelho de uma face invisivelmente fronteira. perto tão perto do silêncio para onde vou.
Isabel Mendes ferreira
Etiquetas: poemário
4 Comments:
Cláudia, está tão bonito o teu blog e tão belo é este texto!
Beijinhos,
Madalena
Não deixamos morrer
os nossos mortos
Obrigada, M., mais uma vez!
CSD
É bem verdade, mar Arável!
csd
Enviar um comentário
<< Home