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É com mãos, olfacto, dentes, boca
que procuro o cheiro dos animais à mesa,
da roupa amarrotada duma antiga
posse viva e de criança,
da comida espessa na sua longa espera,
a mais reconfortante,
o rumor entontecido dos pássaros,
os amigos seguros, a ternura dos tios, a pancada cega,
sempre repetida,
e pelo amor da mãe desmoronada.
Armando Silva Carvalho
[in De Amore, Assírio & Alvim, 2012]
Etiquetas: Poemário; Armando Silva Carvalho
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